Arte poética
Que o verso seja como uma chave
que abra mil portas.
Uma folha cai; algo passa voando;
que tudo quanto vejam os olhos criado seja,
e a alma de quem ouve fique tremendo.
Inventa mundos novos e cuida de tua palavra;
o adjetivo, quando não dá vida, mata.
Estamos no ciclo dos nervos.
pendura o músculo,
como lembrança, nos museus;
mas nem por isso temos menos força:
o vigor verdadeiro
reside na cabeça.
Por que cantais a rosa, oh poetas!
fazei-a florescer no poema.
Só para nós
vivem todas as coisas sob o Sol.
O poeta é um pequeno Deus.
HUIDOBRO, Vicente. Antología poética. Org. de Hugo Montes. Madrid: Castalia, 1990.
Um poema muito bonito...
ResponderExcluirContinue assim Juli, criando mundos novos e cuidando de suas palavras.
Vou procurar esse poeta, gostei muito.
Beijos
A linguagem não pode ceder às rodas vivas.
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